terça-feira, 3 de julho de 2007

ASSISTENTES DE DIREÇÃO
Cacá e Guga são duas escutas do nosso trabalho, com qualidade e zelo que, olha!, é difícil achar nos trabalhos de teatro.
Os dois estão sempre ali, firmes, junto com a gente, naquela prontidão e atenção necessária para os detalhes que fazem o crescimento do trabalho. Gente assim é ouro na vida do teatro.
Hoje, por exemplo, o Guga chegou pra mim e falou: “tem uma coisa que me arranha na tua fala, é lá no comecinho quando você diz `mas agora eu...´
Ouvindo, diz o Guga, eu sinto muito literário”.
Porra, como ele tinha razão!
Abrimos um espaço entre o "agora" e o "eu" e conseguimos achar um buraco no cosmos, mergulhei de boca e satisfação nesse buraco negro. Que porrada!
Outro dia assisti ao Guga e o Cacá trabalhando com o Fregnan o texto do Zé da Casa Verde e confesso que fiquei com inveja da entrega com que os dois atores/diretores e o ator discutiam e propunham soluções e objetivos que as vezes sozinho o ator tem tanta dificuldade de encontrar.
Eles são no trabalho a extensão do Gabriel no zelo criativo e eu quero usar a palavra zelo com o sentido daquela gente que cuida de mudinhas delicadas, que guarda e vai ajuntando pequenos pontos que viram linhas e sinais.
Às vezes a direção do Gabriel era apenas um ponto, um traço, um rabisco, que com o empenho dos assistentes em manter, repetir, que nos contagiava, iam se transformando e lentamente revelando desejos ocultos da direção.
Foi assim, por exemplo, com a sinuca de bico do Zé da Casa Verde, trabalhada com afinco nos mínimos detalhes, com a Zizi Marli subindo e descendo nos sonhos da escada da vida, indo do topo ao chão, dançando e conversando, no Charuto bombeiro que apaga fogo de bacurinha, ...

2 comentários:

Unknown disse...

Pascoal,querido

Fiquei lisongeado com suas palavras, pois vindas de você tem um valor maior ainda. É muito mais prazeroso dirigir quando os atores nos dão material e você é um prato cheio. Na minha curta carreira, jå tive a oportunidade de dirigir "mosntros" como Pedro Paulo Rangel, Sérgio Brito, Joana Fonn, Rogério Fróes, Beatris Segal e contracenei com o Nanini. Você esta no mesmo patamar destes todos, é muito raro encontrar atores com seu grau de entrega, de visceralidade e organicidade. Quem for assistir o nosso Salmo 91, verá que é verdade o que digo. Só tenho a agradecer a todos, ao Gabriel e ao Claudinho Fontana principalmente, e aos deuses do teatro por mais este trabalho e por ter conhecido você !!! Merda pra nóis !!!! rs...

Drink Com as Estrelas disse...

Pascoal!!!
Quebrando os protocolos e os formalismos quero dizer que tem sido muito bom trabalhar nesse Salmo 91. Trabalho delicado, o diretor, grande cara que respeito e admiro, o Guga, grande parceiro de outros carnavais, como Andinho e Fregnan, velho de guerra, Claudinho, sempre profissional e cuidadoso e você e o Rodolfo, caras que junto com o Gabriel aprendi a admirar desde moleque. Se teatro é algo para mim hoje, é algo que caras como vocês três botaram em meu imaginário.

Fazemos um trabalho amoroso nesse Salmo e, eu de minha parte, tenho recebido a descoberta de várias coisas: a descoberta de um amadurecimento como diretor, a descoberta de uma necessidade de atuar, a descoberta de outros profissionais que ainda estavam em minha listinha e sobre você, cara... que você é muito bacana, puta ator louco, puta cara amoroso, que seu nome é Pascoal e não Paschoal e que se tornou, quem diria, um mega blogueiro.