terça-feira, 3 de julho de 2007

PRA QUÊ?

Ouvi esta pergunta outro dia, afinal já foi feito o livro, o filme, a série da televisão, então pra que no teatro? Gabriel me disse que alguns jornalistas fazem pergunta também.
Arre!
Que tempos os nossos!

O governador do rio: "estamos em guerra e população vai ter que compreender as ações duras, que incluem muitas mortes".
Soldados mascarados, armados de escudos, metralhadoras, cachorros, fazendo cerco.
"- Filme de guerra? Cena de Kojak? Holywwod no carandiru?"
Fala da peça do Dib. Ai embaixo ele diz que aquela porrada que levou quando leu o livro fez ele escrever para o teatro, nasceu de dentro pra fora, forçando a vida dele pra fazer a peça.

Quando meu amigo me perguntou pra que, eu me engasguei tentando justificar praquela sensibilidade de amigo tão querido, sensibilidade tão desenvolvida século XXI, o injustificável.
Entendo com todas as letras o que escreveu o pensador Adorno no seu texto "educação depois de auschwitz".
Eu não saberia responder tão certo a esta pergunta:
"Seria monstruoso justificar porque temos que falar de uma desumanidade cuja monstruosidade fala por si mesma.
Mas a pouca consciência existente em relação a essa exigência de pensar essa questão
(e bota pouca nisso!)
e as questões que ela levanta
(bala na favela! Fleury e sua gangue vão nadar numa piscina de sangue!)
provam que a monstruosidade não bateu fundo nas pessoas,
sintoma da persistência da possibilidade de que se repita
no que depender do estado de consciência e de inconsciência das pessoas. "
ou
como disse o Brecht O BOM CABRITO NÃO BERRA NA FILA DO MATADOURO.
E ai?

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