segunda-feira, 9 de julho de 2007

ARTAUD

"MAIS URGENTE NÃO ME PARECE TANTO DEFENDER UMA CULTURA CUJA EXISTÊNCIA NUNCA SALVOU UMA PESSOA DE TER FOME E DA PREOCUPAÇÃO DE VIVER MELHOR, QUANTO EXTRAIR DAQUILO QUE SE CHAMA CULTURA IDÉIAS CUJA FORÇA VIVA SEJA IDÊNTICA A DA FOME.
TODAS AS NOSSAS IDÉIAS SOBRE A VIDA TÊM DE SER REVISTAS NUMA ÉPOCA EM QUE NADA MAIS ADERE À VIDA.
E ESTA PENOSA CISÃO É MOTIVO PARA AS COISAS SE VINGAREM, E A POESIA QUE NÃO ESTÁ MAIS EM NÓS, E QUE NÃO CONSEGUIRMOS ENCONTRAR MAIS NAS COISAS, REAPARECE DE REPENTE PELO LADO MAU DAS COISAS;
E NUNCA SE VIRAM TANTOS CRIMES CUJA GRATUITA ESTRANHEZA SÓ SE EXPLICA POR NOSSA IMPOTÊNCIA EM POSSUIR A VIDA.
SE O TEATRO EXISTE PARA PERMITIR QUE O RECALCADO VIVA, UMA ESPÉCIE DE ATROZ POESIA EXPRESSA-SE ATRAVÉS DE ATOS ESTRANHOS EM QUE AS ALTERAÇÕES DO FATO DE VIVER MOSTRAM QUE A INTENSIDADE DA VIDA ESTÁ INTACTA E QUE BASTARIA DIRIGI-LA MELHOR."

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