sexta-feira, 12 de outubro de 2007

PAULO AUTRAN


Hoje dia 12 de outubro de 2007, dia de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, morre as 4 horas da tarde Paulo Autran.
No filme do Glauber Rocha, vi ele virado no transe do ditador histérico, higienizador, católico, cabelos ao vento, cruz na mão, glauberiano, condenando o povo brasileiro aos porões da ditadura militar. Paulo Autran com coragem ligou pra eternidade seu prestigio de ator já consagrado ao novo cinema brasileiro e nas mãos de Glauber Rocha, no transe da terra, corajosamente esteve ao lado dos muitos atores dessa luta que furaram com sua ação libertária os muros da ditadura, e como pontas de lança atravessaram a noite terrível de pesadelos tirânicos, torturantes, sangrentos, policiais, que fez a América Latina sentir o gosto dos piores momentos da des-humanidade.
SALMO 91
Paulo Autran assistiu a pré estréia de SALMO 91.
Quando terminou foi até o camarim cumprimentar os atores. Tinha saido escondido do hospital e foi ver a peça inspirada na obra do seu médico, Drauzio Varella.
Estava falante, de olhos vivos, úmidos, massacrado, indignado e feliz. Não me lembro exatamente o que ele disse, eu estava como ele, por ele, mimetizando ele. Sei que ele estava honrado, parceiro do teatro que não foge a sua responsabilidade humana.
Dias depois quando a assessora do coronel do massacre ameaçou impedir a continuidade da peça com sua acusaçAO DE APOLOGIA AO CRIME, E FOI PRO ENFRENTAMENTO ASSISTIR NA PRIMEIRA FILA EM COMITIVA A APRESENTAÇÃO DA PEÇA, MESMO QUE A GENTE NÃO SOUBESSE, ELE ESTAVA COM CERTEZA POR TRás DA NOSSA FORÇA PRA VENCER AQUELE MOMENTO, com seu exemplo de ator que não foge de cena.
A próxima vez que fizermos SALMO 91 vamos oferecer pro Paulo Autran.
MERDA!

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

QUARESMA

Por 40 dias SALMO 91 não será apresentado.
A última apresentação aconteceu dia 30 de setembro no SESC Santo André.
Agora, volta a ser apresentado em novembro numa pequena viagem pelo interior de São Paulo, mais uma vez pelo SESC.
Até lá nos retiramos.
Será uma quaresma.
Um tempo no deserto.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

FOLHA EDUCAÇÃO

MANDEI ESTE E-MAIL PARA A FOLHA EDUCAÇÃO QUE HOJE (2 DE OUTUBRO) FAZ UM QUESTIONÁRIO/VESTIBULAR SOBRE O MASSACRE:

PARABÉNS POR NÃO DEIXAR EM BRANCO A DATA DE HOJE.
FALA DE ADORNO SOBRE AUSCHWITZ
"A exigência que Auschwitz não se repita é a primeira de todas para a educação. De tal modo ela precede quaisquer outras que creio não ser possível nem necessário justificá-la. Não consigo entender como até hoje mereceu tão pouca atenção. Justificá-la teria algo de monstruoso em vista de toda monstruosidade ocorrida. Mas a pouca consciência existente em relação a essa exigência e as questões que ela levanta provam que a monstruosidade não calou fundo nas pessoas, sintoma da persistência da possibilidade de que se repita no que depender do estado de consciência e de inconsciência das pessoas. Qualquer debate acerca de metas educacionais carece de significado e importância frente a essa meta: que Auschwitz não se repita. Ela foi a barbárie contra a qual se dirige toda a educação."

EM SE TRATANDO DE BRASIL, DE MASSACRES (CARANDIRU, CANDELÁRIA, CANUDOS, VIGARIO GERAL, CARAJÁS, ...)
A FALA ARREPIA DE REALIDADE.

PASCOAL DA CONCEIÇÃO
ATOR

PS. VOCES NÃO CITARAM A PEÇA DE DIB CARNEIRO NETO "SALMO 91" QUE FOI AMEAÇADA DE SER PROCESSADA COMO APOLOGIA AO CRIME PELA ASSESSORA DO CORONEL UBIRATAN GUIMARÃES, MAS ISSO É UMA OUTRA HISTÓRIA.
ESTÃO NO BLOG DA PEÇA:
salmocarandiru@blogspot.com.br

MERDA

2 DE OUTUBRO DE 1992
CARANDIRU
DIA NORMAL. NORMAL?
TINHA ATÉ FUTEBOL. FUTEBOL?
"FLEURY E SUA GANGUE VÃO NADAR NUMA PISCINA DE SANGUE"
VOU FICAR ASSIM OUVINDO RACIONAIS E PENSANDO PENSANDO PENSANDO

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

VIOLÊNCIA NÃO

2 DE OUTUBRO FOI ESCOLHIDO PELA ONU COMO O DIA DA NÃO VIOLÊNCIA PORQUE ESTE É O DIA DO NASCIMENTO DO PACIFISTA GHANDI,
2 DE OUTUBRO, NÃO ESQUEÇAM, É O DIA EM QUE O MASSACRE DO CARANDIRU COMPLETA 15 ANOS.
Theodor Adorno
"Dentre os conhecimentos proporcionados por Freud, efetivamente relacionados inclusive à cultura e à sociologia, um dos mais perspicazes parece-me ser aquele de que a civilização, por seu turno, origina e fortalece progressivamente o que é anticivilizatório. Justamente no que diz respeito a Auschwitz, os seus ensaios O mal-estar na cultura e Psicologia de massas e análise do eu mereceriam a mais ampla divulgação. Se a barbárie encontra-se no próprio principio civilizatório, então pretender se opor a isso tem algo de desesperador."