terça-feira, 3 de julho de 2007

SALMO 91

O texto do Dib tem mistérios que a minha vã filosofia padeceu muito pra entender e aceitar.
Joguei um I CHING, olha só o que deu:
“Aqui o tema é a dispersão e a dissolução do egoísmo que a tudo separa.
Para superar o egoísmo que separa os homens é preciso recorrer a forças religiosas.
O meio empregado pelos grandes governantes para unir os homens era a celebração comunitária das grandes festas de sacrifício e ritos sagrados que expressavam tanto a articulação social como a ligação existente entre a família e o estado.
A música sacra e o esplendor das cerimônias envolvia as pessoas numa intensa emoção conjunta, despertando a consciência para a origem comum de todos os seres.”
Salve Dib!
Sim, você tem razão, é religião teatral e nisso o nome Salmo 91 dado por você é uma escolha certeira!
“E eu ia pensando isso tudo nesse jeito de pensar com os miolo e não com o coração da gente, ali, naquele fogo cruzado, naquela putaria de matança fudida, mas não, logo vinha aquela porra de salmo me atormentando os nervo.” (cena 1)
Mas não é um caminho pronto, é caminho de oráculo, que o criador dramaturgo deu pra esses textos, pra caber na boca, nos miolo e no coração, quente como sangue.
Então ...
“Na hora até pensei que fosse sangue meu. (e não era?) Que nada, corpo fechado, não falei, não disse que escapei de seis furo daquele pistoleiro de Carapicuíba?” (cena final)
Corpo fechado, fechado pra olhar pra dentro, pra olhar pra fora.
É isso: sobreviventes das doenças, dos massacres, da violência dos amores e das dores e a vida que não para na sua fome de viver!
“Cento e onze o caralho!”
Tudo becos, abismos, paisagens finas, sutilmente iluminados por uma dramaturgia, que cada vez mais inspiradora, instigadora.
E da boca de Veronique, a fé da camarada verdade:
“Eu sabia que ia dar certo! Bando de bofe cagão!”
Evoé!

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